Fresta de calçada quebrada,
Cantinho de pouca circulação.
Um delicado brotinho,
Logo apontaria um botão.
Onde predominava o concreto,
Sólido, duro e cinzento
A Vida, em sua mágica fragilidade insistia
Em conviver com o insípido cimento.
Poucos dias depois
Uma florzinha amarela nasceu
Comum e frágil,
Alguém a percebeu.
Numa fração de segundos
Um beija-flor
A florzinha encontrando
Sorveu o néctar e partiu
Não mais retornando.
O semear da Vida
Opera despercebidamente
É necessário o mínimo
Pois o resto...
Acontece milagrosamente.