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Descortinando a Vida
Eu sou um rio que vem de muito, muito longe, cujas águas passam por aqui, agora.
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Textos
A Misteriosa Canção do Vento
Era uma bela manhã de sol
Um vento estranho e persistente
Intensificava-se aos poucos.
Nuvens esparsas se acumulavam
Deixando o céu cinzento
Pareciam invocar a noite prematuramente.

Aquele misterioso e insuspeito vento
Soprou o dia inteiro
Assoviando baixinho
Lamuriando-se em  sussurros
Quem percebeu, ficou atento.

Era uma despedida
Um triste lamento:

Adeus, adeus  filhos da terra
Adubos férteis de intermináveis gerações
Que cantavam seus feitos
Em volta do fogo
Um ritual da vida
Que fazia  vibrar seus corações.

Despeça-te tu também, sapiens,  dizia o vento,
Das florestas e montanhas
Dos campos, dos vales, dos rios e animais
E quando estiveres triste e atônito
Pela destruição que causastes
E buscares nas entranhas,
O ar que  não mais existe,
Lembra-te, como enviei tantos sinais.

Mesmar
Enviado por Mesmar em 20/11/2017
Alterado em 14/02/2024
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