A sabedoria perene é uma expressão viva de uma realidade profunda, que toca o coração humano, trazendo lampejos  de discernimento e compreensão. Num desses lampejos,  recordo de  uma das mais belas reflexões pessoais acerca da existência e seus mistérios, que abaixo transcrevo:

“Vivemos numa imensidão oceânica de energia que tudo é,  tudo contém e tudo permeia. Como um barquinho navegando, cuja composição (energia) é a mesma do  oceano em que navega. Quando nascemos (o barquinho/corpo = energia), nada sabemos de nossa origem e nosso fim, mas agora podemos ver que esse corpo-ser-energia, originou-se obviamente dessa imensidão oceânica, vive nela e morre nela, separado apenas pela “consciência-pensamento”. Quando esse corpo “consciência-pensamento” morre (o barquinho afunda), sua energia simplesmente retorna para a sua origem, a imensidão oceânica, da qual nunca saiu, a não ser pela consciência-pensamento” que o separou dela. Desse modo, mesmo que não possamos manter a percepção permanente da eternidade, quer queiramos ou não, estamos nela. Portanto, não temos para onde ir, quer vivos ou mortos”.

Um flash de luz lançou-se sobre um antigo dito esotérico que a muito me intrigara, como se fosse um koan: “O ínicio é o fim”.