Descortinando a Vida
Eu sou um rio que vem de muito, muito longe, cujas águas passam por aqui, agora.
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Textos
Capturado Pela Silenciosa Beleza
Era uma belíssima manhã de sol, de céu azulado e de poucas nuvens,  do ano 1982, eu descia de ônibus de Curitiba para Paranaguá a trabalho.
Sentado na janela do lado esquerdo, curtia distraidamente a linda vista serrana, quando na altura do Viaduto dos Padres, olhei para o lado e aquela bela paisagem de manhã radiante, céu, montanhas e vales me capturou por uma fração  incomensurável  de tempo, destruindo a divisão entre o observador e o observado.
Só havia uma consciência indiferenciada daquela totalidade, daquela silenciosa beleza, o observador não estava presente. Quando  dei por mim, o ônibus seguia normalmente, passando por aquele ponto do trajeto e ai os sentimentos e pensamentos surgiram numa sensação de pasmo e deslumbramento.
Ao traduzir o ocorrido, por que o cérebro recebe uma marca com qualquer experiência mesmo que esteja em silêncio,  senti que existe em mim  e em toda parte, algo que   sempre existiu e sempre existirá. De tal sorte que, eu, mas não eu necessariamente, poderia  viver  em qualquer época, passado, presente e futuro e ainda assim na essência seria a mesma coisa.
Nunca mais fui o mesmo.
Mesmar
Enviado por Mesmar em 07/02/2024
Alterado em 07/02/2024
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